Crie a sua Estratégia


Um senhor vivia sozinho em Minnesota.
Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado.
Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.. O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:

"Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorava as flores, esta é a época do plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão. Com amor, Seu pai." 
Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:

"PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos"

Como as correspondências eram monitoradas na prisão...
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de Agentes do FBI e Policiais apareceram, e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo. Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera. Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."
Estratégia é tudo!!!

Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis. Assim, é importante repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas.

"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional"

O Segredo das Rosas

Era uma vez uma rosa amarela que nasceu no deserto. Aí veio uma caravana e a esmagou. Mas, a rosa teimou em renascer e todos perguntavam admirados:

- como uma rosa amarela pode nascer aqui nesse calor?
E cada vez que a pisavam ela tomava a nascer. Assim, foi levada para o homem mais importante daquela região e ficou com ele.
De repente, uma rosa azul claro nasceu no asfalto, no meio de uma grande ponte. Foi esmagada por carros, mas teimosamente renasceu e com admiração pela sua resistência foi levada para o homem mais importante desta região.
Mais uma de cor azul escuro nasceu em um vulcão, que apesar do intenso calor não era destruída. Foi levada, também, para o homem mais importante da região.
Outra vermelha nasceu em um pântano e também foi levada para a pessoa mais importante deste lugar.
Uma lilás nasceu numa geleira e foi levada, como as outras, para a pessoa mais importante do lugar.
Mais uma verde nasceu na caatinga e com espanto foi levada para a pessoa mais importante da região.
Curiosamente, nasceram rosas em diversos locais do planeta de forma esquisita e em lugares mais esquisitos ainda para rosas nascerem. Essas rosas eram muito resistentes, pois nunca morriam.
Além das que já falei, nasceu uma de cor laranja numa praia, quase dentro do mar, entretanto as ondas não a destruíam.
Todas as pessoas importantes, responsáveis pelas rosas, admiradas, resolveram convocar cientistas para estudarem o fenômeno. Cada um em sua respectiva região tinha uma opinião, um estudo, um compêndio, uma justificativa, mas não chegavam num acordo para explicar o estranho fenômeno. Todos queriam ter razão para explicar o inexplicável.
Foi então que resolveram convocar uma reunião para todos levarem suas rosas e seus estudos para um determinado lugar, onde seria escolhida a opinião mais sensata.
Nessa reunião, levaram vários dias discutindo quem tinha mais razão, sem nada resolver.
Uma criança que estava presente à reunião, afastou-se dos pais e foi para perto do canteiro onde estavam todas as rosas e calmamente começou a colhê-Ias uma a uma, até formar um ramalhete de rosas coloridas.
No instante que todas estavam totalmente juntas, imediatamente transformaram-se em um belo arco-íris e posteriormente em uma grande pomba branca, que voou para a cúpula do local da reunião.
Todos estavam admirados com a coragem da criança em mexer nas rosas dos poderosos.
A criança sorria olhando para a pomba e todos sorriram também, ao descobrir de forma simples a resposta para esse mistério: UNIÃO E PAZ.

Coisas que só uma Mulher Consegue!


1 - Fingir naturalidade durante um exame ginecológico.
2 - Usar o poder de uma calça jeans para rediagramar a estrutura do corpo.
3 - Ter crise conjugal, crise existencial, crise de identidade e crise de nervos!
4 - Ser mãe solteira, mãe casada, mãe separada e mãe do marido.
5 - Lavar a calcinha no chuveiro. E depois pendurá-la no box para horror do sexo masculino.
6 - Rasgar a meia calça na entrada da festa.
7 - Sentir-se pronta para conquistar o mundo, quando está usando um batom novo!
8 - Chorar no banheiro e depois ficar se olhando no espelho para ver qual é o melhor ângulo.
9 - Achar que o seu relacionamento acabou e depois descobrir que era tudo tensão pré-menstrual. (Esta é perfeita!!!!)
10 - Nunca saber se é para dividir a conta, ou se é para ficar meiguinha.
11 - Dizer não, para ele insistir bastante, e aí ter que dizer sim!

SÓ AS MULHERES ENTENDEM:

1 - Por que é bom ter cinco pares de sapatos pretos.
2 - A diferença entre creme, marfim, e bege claro.
3 - Achar o homem ideal é difícil, mas achar um bom cabeleireiro é praticamente impossível.

E O TÓPICO NÚMERO 1 QUE SÓ AS MULHERES ENTENDEM:

1 - As outras mulheres!


O Aniversário da Naná




Naná, uma velhinha simpática de muita idade, pede para o seu filho de 72 anos:
-Filhinho, eu queria fazer uma reunião aqui em casa com as minhas amigas. Será que você pode me ajudar a organizar?
- Claro, mamãe. Fique tranquila que eu arrumo tudinho.
- Arrumar o quê?
- A festa, mamãe.
- Ah, sim, Já tinha me esquecido...

A tarde, antes de ir embora para sua casa, o filho chama a mãe e lhe mostra um papel preso a geladeira, escrito em letras grandes, contendo a lista do que ela tinha que fazer.

1- SERVIR CHÁ!
2- SERVIR SANDUICHES!
3- SERVIR MAIS CHÁ!
4- SERVIR DOCINHOS!

- Que bom, filho. Obrigada. Agora não terei problemas. Está tudo muito bem explicadinho... Você é maravilhoso!!!

Mais tarde as amigas chegam... e Naná, como uma boa anfitriã, acomoda as amigas na sala de estar e vai até a cozinha. Vendo a lista, lê:

1- SERVIR CHÁ

Ela serve o chá para as amigas numa linda bandeja... depois começam a cnversar sobre os sucessos atuais (lembrando de 1920...)

Passa-se mais um tempo e Naná, já meio nervosa, vai novamente a cozinha e ler:

1- SERVIR CHÁ

Serve o chá novamente em outra linda bandeja e repete isso por mais quatro vezes!!!

Algum tempo depois as amigas vão embora. Enquanto saem do prédio uma delas comenta:

- Nossa! Que absurdo. Que má anfitriã é a Naná. Nem um chá nos serviu...

E a outra responde:
- Naná? Que Naná? De quem você está falando?

A noite, o filho vai até a casa da mãe e encontra intactos, ainda nas bandejas, todos os sanduíches, docinhos. Curioso pergunta:

- Mãe, o que houve? Não gostaram dos sanduíches e dos docinhos?
- Que sanduíches? Que docinhos?
- Da festa, mãe. A senhora não me pediu para ajudá-la a organizar a festa para suas amigas? E então...?
- Que nada! Você acredita que elas nem apareceram e nem avisaram que não vinham???


MELHOR NOS REUNIRMOS AGORA ENQUANTO AINDA NOS RECONHECEMOS... 
Entenderam por que eu gosto de festas? 

Parabéns aos Formandos da 17ª Turma do Instituto História Viva!


"Ser voluntário é saber compartilhar o que temos de mais precioso: amor, felicidade, sabedoria, conhecimento, tempo e humildade. O voluntariado, então, pressupõe o compartilhar, e não o descartar as sobras do cotidiano.
O voluntariado nos ensina a valorizar o amor ausente e não apenas o amor presente, a desconstruir conceitos, banir preconceitos e construir novos conceitos e, portanto, construir novos referenciais em nossas vidas."

Aos novos contadores de história do Instituto história viva, os mais sinceros parabéns do grupo ATUN!!!! Sejam muito bem vindos!!!

Menina Bonita do Laço de Fita

Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...

A Mais Bela Flor

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.
E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, e disse cheio de alegria:
- Veja o que encontrei:
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz.
Querendo ficar livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:
- O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei; pegue-a! É sua.
A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.
Então me estendi para pegá-la e respondi:
- O que eu precisava.
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.
Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.
- De nada, ele sorriu.
E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.
Como ele sabia do meu sofrimento?
Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.
E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu. E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de uma outra pessoa!









As Quatro Estações

Um homem tinha quatro filhos.
Ele queria que seus filhos aprendessem a não ter pressa quando fizessem
seus julgamentos.
Por isso, convidou cada um deles para fazer uma viagem e observar uma pereira plantada num local distante.
O primeiro filho chegou lá no INVERNO.
O segundo na PRIMAVERA.
O terceiro, no VERÃO.
E o quarto, o caçula, no OUTONO.
Quando eles retornaram o pai os reuniu e pediu que contassem o que tinham visto.
O primeiro que chegou lá no INVERNO, disse que a árvore era feia e acrescentou:
“- Além de feia, ela é seca e distorcida!”
O segundo que chegou lá na PRIMAVERA disse que aquilo não era verdade.
Contou que encontrou uma árvore cheia de botões e carregada de promessas.
O terceiro que chegou lá no VERÃO, disse que ela estava coberta de flores, que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais tinha visto.
O último filho chegou no OUTONO e disse que a árvore estava carregada e arqueada, cheia de frutas, vida e promessas...
O pai então explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore.
Ele disse que não se pode julgar uma árvore ou uma pessoa, por apenas uma estação.
A essência do que se é (como o prazer, a alegria e o amor que vem da vida) só pode ser constatada no final de tudo, exatamente como no momento em que todas as estações do ano se completam!
Se alguém desistir no INVERNO, perderá as promessas da PRIMAVERA; a beleza do VERÃO e a expectativa do OUTONO.
Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras.
Não julgue a vida apenas por uma estação difícil.
Persevere através dos caminhos difíceis.... E saiba que melhores tempos certamente virão, de uma hora para outra!!!

Linda História Chinesa

Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.
Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito.
Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio.
Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água.
Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.
Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota, falou com a senhora durante o caminho:
'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa...'
A velhinha sorriu:
'Você reparou que lindas flores tem somente do teu lado do caminho?
Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado e todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas.
Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa.
Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa.
Cada um de nós tem o próprio específico defeito.
Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.
É preciso aceitar cada um pelo que é e descobrir o que tem de bom nele.'


O Príncipe com orelhas de burro

Certo rei vivendo muito desgostoso por não ter filhos embora fosse casado há vários anos, pediu ao homem mais velho do reino:
- tu, que, por muito teres vivido, decerto muito sabes, dize-me o que devo fazer, para que Nosso Senhor se compadeça de mim.
- Isso, majestade, é da competência das três irmãs, as fadas Bonita, Sabichona e Sensata, que moram na floresta. Mandai, portanto, chamá-las – respondeu-lhe ele.
E as três irmãs vieram e afirmaram ao rei:
- terás o filho que deseja, se consentires que assistamos ao seu batizado.
O rei acedeu imediatamente e, por isso, tempo decorrido e com regozijo de todos, nascia o príncipe. No dia do batizado, conforme a combinação feita, apresentaram-se as três fadas.
Primeiro a fada Bonita tomou o principezinho nos braços e tocando-o com a sua varinha, determinou, em voz tão baixa que ninguém ouviu senão as irmãs.
- Eu te fado para que sejas o príncipe mais lindo do mundo.
Depois, a fada Sabichona, aproximou-se e disse de igual forma.
- Eu te fado, para que sejas o príncipe mais sábio do mundo.
E, por fim, coube a vez à fada Sensata, que, não obstante seguir também os modos das outras, se exprimiu de maneira um tanto quanto diferente:
- Ah, com que então só bonitezas e sabedorias? Para que tenhamos, pois asneira no caso, eu te fado, ó príncipe, a fim de que te nasçam umas orelhas de burro.
Foram-se embora as fadas e, doravante, o príncipe deu-se a crescer no corpo, na boniteza e na sabedoria, que era um louvar a Deus. Mas, à medida que crescia, cresciam também as suas orelhas. E o rei e a rainha, envergonhados com o fato, mandaram lhe fazer uma touca especial que lhe as ocultasse de todos os olhares, e ordenaram ainda que jamais a tirasse.
Escondidas as orelhas, os cortesãos, não as vendo, achavam o príncipe um portento de formosura e inteligência e, por isso, amiúdo lhe diziam:
- Tão belo e sábio como vós, não conhecemos outro rapaz.
De tanto escutar isso, o príncipe tornou-se um vaidoso, pois era tão ignorante da sua deformidade como os cortesãos e, em breve, passou a achar defeitos em todos quantos o rodeavam e aponta-los. Entretanto, o príncipe de tanto crescer, tornou-se um rapagão, nascendo-lhe a barba. O rei ao verifica-lo, ordenou, pois, que o seu barbeiro lha fizesse. E este, tendo para isso de tirar a toca do príncipe, viu as orelhas e gritou horrorizado:
- Apre!, que orelhas assim, só as do burro do meu compadre!
Ergueu-se de salto o príncipe da cadeira, disposto a castigar o insolente; mas de súbito, viu refletido no espelho à sua frente a sua cara e as orelhas. E logo, perante a realidade destas, se pôs a chorar e a soluçar, que era uma dor de alma! Atraído pelo barbeiro, o rei então apareceu. E, vendo o que sucedera disse ao barbeiro:
- Ou guarda segredo acerca de tudo ou mando-te enforcar.
Feita a barba, o príncipe pôs outra vez o barrete e o barbeiro foi à sua vida. De futuro, porém, todos estranharam os dois. O príncipe mostrava-se permanentemente triste e, quanto ao barbeiro que outrora falava pelos cotovelos, era agora quase mudo. Não que ele tinha medo de dar à língua ou não se lembrasse de que, pela boca, morre o peixe. Mas, - ai! O segredo pesava-lhe como chumbo. E, resolvendo portanto, confessar-se, em busca de alívio, disse ao padre:
- Se não conto a todos que o príncipe tem orelhas de burro, rebento!
- Olha, meu filho, vai a ao monte, faz um buraco no chão e diz para dentro dele o segredo, tantas vezes quantas as necessárias para que fiques aliviado do seu peso. Depois, tapa-o com terra.
O barbeiro seguiu o conselho, e na verdade, regresso à casa já tão falador como antes. Mas, no sítio onde fora enterrado o segredo, nasceu tempo após um canavial. Ora, certo pastor cortou nele uma cana, fazendo desta uma flauta. E, quando a levou aos beiços, a mesma cantou:
- O príncipe tem orelhas de burro, o príncipe tem orelhas de burro...
Espalhou-se a notícia do prodígio e, chegando ela aos ouvidos do rei, de pronto o mesmo mandou vir à sua presença o pastor, que, diante de toda a corte, se pôs a tocar a flauta e esta a dizer:
- O príncipe tem orelhas de burro, o príncipe tem orelhas de burro...
Porque só havia no reino um príncipe, todos os cortesãos olharam imediatamente para ele, cogitando:
“Se calhar, a toca é para escondê-las...” e o príncipe, adivinhando os seus pensamento, ficou vermelho como uma cereja e com as lágrimas nos olhos, exclamou:
- Sim, eu sou, como ides verificar, o príncipe com orelhas de burro. Perdoai-me o mal que vos fiz, quando outrora caçoava dos vossos defeitos, sem cuidar que podia ter outros piores...
E, com tais palavras, o príncipe levou a mão à toca e a arrancou. Mas, nisto surgiu a fada sensata que atalhando-lhe o gesto disse:
- Ah, que se não sou eu, tinhas permanecido vaidosão! Mas, como estás curado do defeito, não há motivo para continuares orelhudo. Tira, portanto, a toca.
E o príncipe assim fez, e as suas orelhas apareceram... rosadas e pequeninas. Ficaram muito contentes o rei, a rainha e o príncipe e, de futuro, o último, quando lhe chamava a atenção para as pernas tortas destes ou para a estupidez daquele, respondia:
- Estás a precisar de umas orelhas de burro, amigo!

A Lua no poço

Numa noite clara e enluarada, Nasrudim vai ao poço tirar água. Ao olhar para baixo, vê o reflexo da lua brilhando na água e na mesma hora diz:

- Nossa, coitada da lua, ela caiu dentro da água! Espere lua, que eu já vou tirá-la daí!
Nasrudim vai correndo até a sua casa e volta com uma corda com um gancho de ferro amarrado na ponta. Rapidamente atira a corda dentro do poço, gritando de forma encorajadora:
- Vamos lua, força, agarre firme que eu já puxá-la para fora daí!
Mas aconteceu que a corda ficou presa numa grande pedra no fundo do poço e Nasrudin precisou puxar com toda a sua força.
- Ufa! Pensou Nasrudim com os seus botões. - Mas como a lua é pesada.
De repente, a corda se solta num tranco e Nasrudim cai de costas no chão.
Quando consegue recuperar o fôlego, ainda estendido no chão, ele se depara com a lua no céu, brilhando no meio das estrelas.
Então Nasrudim diz à lua:
- Não foi nada fácil, mas conseguimos, heim, lua! Que sorte a sua eu ter chegado bem a tempo de poder ajudá-la! Foi um prazer estar a seu serviço.
Adeus lua, e boa noite!

A Ilha dos Sentimentos


Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.
Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco.
O Amor disse:
- Riqueza, leve-me com você.
- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.
Ele pediu ajuda a Vaidade, que também vinha passando.
- Vaidade, por favor, me ajude.
- Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.
Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.
- Tristeza, leve-me com você.
- Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.
Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:
- Vem Amor, eu levo você!
Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.
- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?
A Sabedoria respondeu:
- Era o TEMPO.
- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
- Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR".


O Tijolo

Um jovem e bem sucedido executivo dirigia em alta velocidade pela estrada, quando de repente um tijolo atingiu a porta de seu novíssimo carro. Imediatamente ele freou, deu marcha ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo, saltou do carro e se deparou com um menino.
Sem nada perguntar, empurrou o menino contra um veículo e gritou:
- Você é louco moleque? Por que fez isso? Sabe quem eu sou? Que besteira você pensa que está fazendo? Eu acabo de tirar este carro da loja!
- Senhor, me desculpe, eu não sabia mais o que fazer! – respondeu o menino assustado – Eu tentei parar outras pessoas, mas não consegui. Meu irmão desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e não consigo levantá-lo. O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim.
O jovem executivo, com “um nó na garganta”, dirigiu-se então ao jovenzinho, colocou-o em sua cadeira de rodas, tirou seu lenço, limpou suas feridas e arranhões, e ficou ali até ter certeza de que estava tudo bem.
- Obrigado e que Deus possa abençoá-lo – agradeceram as crianças.
Enquanto o homem ficou observando o menino se distanciar, empurrando seu irmão em direção à sua casa, decidiu não consertar a porta amassada para lembrar-se de que não é preciso ir tão rápido pela vida, a ponto de que as pessoas precisem atirar um tijolo para conquistar sua atenção.

O Diamante - Luis Fernando Verissimo

Um dia, Maria chegou em casa da escola muito triste.
- "O que foi?" perguntou a mãe de Maria.
Mas Maria nem quis conversa. Foi direto para o seu quarto, pegou o seu Snoopy e se atirou na cama, onde ficou deitada, emburrada.
A mãe de Maria foi ver se Maria estava com febre. Não estava. Perguntou se Maria estava sentindo alguma coisa. Não estava. Perguntou se estava com fome. Não estava. Perguntou o que era, então.
- "Nada" disse Maria.
A mãe resolveu não insistir. Deixou Maria deitada na cama, abraçada com o seu Snoopy, emburrada. Quando o pai de Maria chegou em casa do trabalho a mãe de Maria avisou:
- "Melhor nem falar com ela..."
Maria estava com cara de poucos amigos. Pior, estava com cara de amigo nenhum.
Na mesa do jantar, Maria de repente falou:
- "Eu não valo nada."
O pai de Maria disse:
- "Em primeiro lugar, não se diz 'eu não valo nada'. É 'eu não valho nada'. Em segundo lugar, não é verdade. Você valhe muito. Quer dizer, vale muito."
- "Não valho."
- "Mas o que é isso?" disse a mãe de Maria. "Você é a nossa filha querida. Todos gostam de você. A mamãe, o papai, a vovó, os tios, as tias. Para nós, você é uma preciosidade."
Mas Maria não se convenceu. Disse que era igual a mil outras pessoas. A milhões de outras pessoas.
- "Só na minha aula tem sete Marias."
- "Querida..." começou a dizer a mãe. Mas o pai interrompeu.
- "Maria, disse o pai, você sabe por que um diamante vale tanto dinheiro?"
- "Porque é bonito."
- "Porque é raro. Um pedaço de vidro também é bonito. Mas o vidro se encontra em toda parte. Um diamante é difícil de encontrar. Quanto mais rara é uma coisa, mais ela vale. Você sabe por que o ouro vale tanto?"
- "Por quê?"
- "Porque tem pouquíssimo ouro no mundo. Se o ouro fosse como areia, a gente ia caminhar no ouro, ia rolar no ouro, depois ia chegar cm casa e lavar o ouro do corpo para não ficar suja. Agora, imagina se em todo o mundo só existisse uma pepita de ouro."
- "Ia ser a coisa mais valiosa do mundo."
- "Pois é. E em todo o mundo só existe uma Maria."
- "São iguais a mim. Dois olhos, um nariz..."
- "Mas esta pintinha aqui nenhuma delas tem."
- "É..."
- "Você já se deu conta que em todo mundo só existe uma você?"
- "Mas, pai..."
- "Só uma. Você é uma raridade. Podem existir outras parecidas. Mas você, você mesmo, só existe uma. Se algum dia aparecer outra você na sua frente, você pode dizer: é falsa."
- "Então eu sou a coisa mais valiosa do mundo."
- "Olha, você deve estar valendo aí uns três trilhões..."
Naquela noite a mãe de Maria passou perto do quarto dela e ouviu Maria falando com o Snoopy:
- "Sabe um diamante?"

Gravidez na 3º Idade

Com toda esta nova tecnologia recente sobre a fertilidade, uma senhora de 78 anos foi capaz de dar à luz um menino.
Quando ela teve alta hospitalar, foi para casa, e seus familiares e amigos vieram visitá-la.
- Podemos ver o novo bebê? - alguém perguntou.
- Ainda não - disse a mãe - Vou fazer um café e poderemos conversar um pouco antes.
Trinta minutos se passaram; e um outro perguntou..
- Podemos ver o bebê agora?
- Não, ainda não - disse a mãe.
Depois de mais alguns minutos, eles perguntaram de novo.
- Podemos ver o bebê agora?
- Não, ainda não. - respondeu a mãe.
Já meio impacientes, eles perguntaram :
- Bem,... então quando poderemos ver o bebê?
- QUANDO ELE CHORAR! - ela disse a eles.
- QUANDO ELE CHORAR???
- E por que temos que esperar ele chorar?
- PORQUE EU ESQUECI ONDE O COLOQUEI!

O Leão Mandão

Era uma vez...
Uma floresta que parecia desabitada.
Era ali que morava o único habitante daquele trecho: O Leão Mandão.
Era um leão rabugento e implicante. De tanto dar ordens absurdas aos bichos que ali viviam ficou sozinho. É que eles se cansaram e mudaram para bem longe. Ninguém se atrevia a passar por ali.
No princípio, depois que todos os bichos foram embora, o rei até que pensou:
- Eu sou o Rei! Eu mando aqui. Quem não quiser obedecer às minhas ordens, que se mude daqui.
Tenho dito.
Mas o tempo foi passando, o rei caladão, não tinha com quem implicar, nem em quem mandar. E nem alguém para conversar. E mais triste foi ficando, até que um dia, não aguentou mais e gritou:
- CHEGA! Afinal que rei sou eu? Só quero mesmo ser um bicho comum, cheio de amiguinhos para me alegrar e enfeitar a floresta.
( Começam a chegar os bichos)
Os bichinhos foram chegando, aos poucos iam enchendo a floresta de vida, cores e sons vindos de todos os lados.
E o leão?
Bem, o leão ficou bem ali no meio de todos, sentindo tudo. Dizem que até que arrumou uma namorada...



Jardim da Vida


Uma criança brincava no parque com sua mãe, quando avistou próximo dali um lindo jardim.
Flores coloridas, brancas, vermelhas, rosas e amarelas a convidavam a brincar. A criança, sem pensar, olhou para aquelas belas flores e saiu correndo pelo parque em busca do jardim. Só que, no caminho, tropeçou em uma pedra e caiu, e ao cair chorou, e ao chorar teve socorro. Um senhor que estava ali, vendo a criança em desespero, aproximou-se e sentou-se carinhosamente ao seu lado.
-Você está bem? - disse o homem.
-Eu caí quando tentava chegar ao jardim. Caí e estou triste, acho que vou desistir de ir para lá. - disse a criança chorando.
O homem olhou penalizado e com doçura disse:
-Meu bem, um dia, há muito tempo, eu também caí ao buscar o jardim. Caí, e não mais me levantei, eu desisti. Desisti do motivo maior que me impulsionava.
A chama que havia em meu peito gritava:
"Vá, acredite!" Mas eu não fui. Caí e desisti. Abandonei o que minha alma tanto buscava. Sofri e aprendi.
Ouça: Ali na frente, você vê um jardim. Você sente que é lá que você prefere estar.
Uma voz dentro de você diz: "Veja, vá,acredite!"
Mas, lembre-se filho, sempre haverá pedras em seu caminho.
A criança, mais calma, olhou para o homem e perguntou":
- Porque as pedras? O caminho não poderia estar livre?
O homem olhou nos olhos da criança, um olhar tão sincero e sereno que a criança sentiu-se amparada e protegida, então o homem falou:
- Todos podem chegar ao jardim. Todos. Mas as flores são sensíveis e delicadas. Por isso precisam ser protegidas de pessoas despreparadas que poderiam destruí-las. A natureza colocou pedras no caminho para permitir que só aqueles que tiverem a sensibilidade de entender que as pedras não foram feitas para impedir a chegada, mas para serem contornadas, cheguem até lá!
A criança enxugou as lágrimas, levantou-se e continuou em busca do jardim.

O SONHO DA LUA

A Lua do céu, que era muito distraída, viu surgir de madrugada um belo cavaleiro. Ele vinha devagar no seu cavalo de luz, e os bilhões de estrelas faziam ala para ele passar. A Lua ficou encantada com beleza do cavaleiro e perguntou à estrela, que sempre está ao lado dela:
- Quem é esse cavaleiro que impõe tanto respeito?

- É o Sol. – respondeu a estrela. Primeiro ele põe um pé pra fora da escuridão, depois o braço e finalmente o corpo todo. Monta no seu cavalo e parte para iluminar o mundo. À tardinha, antes de ir embora, ele pinta uma aquarela de ouro para receber a Noite e o seu séqüito de estrelas, inclusive você Lua.

A Lua, que nunca havia reparado o fato, ficou enamorada. Imaginou-se sendo amada por tão belo ser, porém a estrelinha a acordou do seu sonho.

- Está pensando em quê? Perguntou

- Acho que estou apaixonada pelo Sol – disse a Lua –, quero ser a namorada dele. Quero montar no seu cavalo de luz e sair por aí iluminando mundos ao lado dele.

- Você está perdendo seu tempo! - exclamou a estrela.

- Por quê? – perguntou a Lua.

E a estrelinha, fazendo uma cara de quem sabe tudo, disse:

- Reparou que vocês são opostos?

- Como assim?

- Ora minha amiga Lua, quando o Sol aparece você vai dormir. Sendo assim, como vocês poderiam namorar? Você é uma moça fria e o Sol é um rapaz de fogo. Como iriam se abraçar? Ele queimaria você. Lua, minha amiga, você tem fixação por amores impossíveis. Lembra da sua paixão pelo mar?

- Lembro. Sujeito nervoso, imprevisível. Ora estava calmo, ora estava revolto destruindo tudo. Esse eu já esqueci.

- Então amiga, é a mesma coisa. Hoje você se reflete nas águas do mar, mas não deseja que ele venha abraçá-la. Ele é seu amigo, o espelho onde você pode se mirar.

- É estrelinha, você está certa. Penso que tenho de viver um amor platônico.

- Platônico? Que diabo é isso?

- Um amor casto a distância. Ele nunca saberá.

- Desse jeito você pegará uma paixonite aguda. Como vai iluminar a Terra se estiver doente? Esqueceu que é a preferida dos namorados humanos? Que todos os poetas do mundo fazem versos em seu louvor? Pense no lado bom da coisa. Você dorme e acorda com resplendor dele. Pense, pense menina, na maravilha do céu negro-azulado coalhadinho de estrelas e você, pomposa, brilhando entre elas. Pense nas criancinhas e nas suas cantigas de roda em sua homenagem. É maravilhoso ouvir as vozes infantis cantando:

“Brilha a Lua lá no céu

Pontilhado de estrelas mil

Pena que ela não está

Na bandeira do Brasil”.

- Que emoção! Nós também amamos o Sol, mas nem por isso ficamos deprimidas. Se ele não fosse dormir, nós nunca apareceríamos no universo. Por isso somos gratas e o amamos demais. Você deve fazer o mesmo. Nem sempre se ganha.

E a Lua ficou triste. Começou a se transformar. A cada sete dias ela tem uma forma diferente. Se ela está deprimida vai para o quarto minguante onde esconde quase toda sua beleza. Mas Deus, que sabe o que faz, construiu um quarto crescente onde a Lua pode se recuperar de sua melancolia para surgir nova, e depois se transformar na bela dama Lua Cheia que faz os humanos levantarem os olhos para o céu e suspirar. Suspirar e sonhar, porque o sonho é a mola que impele o homem para frente.


O Porco e o Cavalo

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo.
Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo. Um mês depois
o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
- Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento
durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não esteja
melhor, será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa.No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse: – Força amigo ! Levanta daí,
senão você será sacrificado!
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco se
aproximou do cavalo e disse:
- Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer ! vamos lá, eu te
ajudo a levantar… Upa!

No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse: -
Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode
contaminar os outros cavalos.
Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse: – Cara, é
agora ou nunca, levanta logo ! Coragem ! Upa ! Upa ! Isso, devagar !
Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai…
Fantástico ! Corre, corre mais ! Upa ! Upa ! Upa !!! você venceu, Campeão!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:

- Milagre ! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa… “Vamos matar o
porco!”

O Grúfalo

Um ratinho foi passear na floresta escura.
A raposa viu o ratinho e o achou apetitoso.
- Aonde você vai? Perguntou a raposa com brandura – Venha almoçar comigo, faço um almoço gostoso.
- Quanta gentileza raposa, mas não posso aceitar, já marquei com o Grúfalo para almoçar.
- Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
- Você não conhece? Um Grúfalo!
- Ele tem presas incríveis e garras terríveis. E em sua boca, dentes horríveis.
- E onde vocês vão se encontrar?
- Perto dessas pedras é o lugar. E sua comida favorita é raposa frita.
- Raposa frita? Estou fora – a raposa falou – Adeus ratinho já me vou!
- Raposa boba! Será que não sabe que Grúfalo não existe?
E lá se foi o ratinho caminhando pela floresta.
Uma coruja viu o ratinho que lhe pareceu apetitoso.
- Aonde você vai ratinho mimoso? Venha lanchar em minha casa, vai ser uma festa.
- muito obrigado coruja, mas não posso aceitar. Vou me encontrar com um Grúfalo para lanchar. - Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
- Você não conhece? Um Grúfalo!
- Ele tem pernas ossudas e patas peludas. E na ponta do nariz, uma verruga cabeluda.
- E onde vocês vão se encontrar?
- Na beira desse rio é o lugar. Sorvete de coruja é o que ele gosta de tomar.
- Sorvete de coruja? Uhu, uhu, uhu adeus ratinho! – E a coruja bateu asas e voou.
- Coruja boba! Será que não sabe que Grúfalo não existe?
E lá se foi o ratinho a caminhar. Uma cobra viu o ratinho e o achou apetitoso.
- Aonde você vai ratinho mimoso? Vamos até minha casa e vamos festejar.
- Agradeço muito, cobra, mas não posso aceitar, já marquei com o Grúfalo de comemorar.
- Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
- Você não conhece? Um Grúfalo!
- Seus olhos são alaranjados, sua língua é preta, e tem espinhos pelas costas espetados.
- E onde vocês vão se encontrar?
- Neste lago. Bem na beirada, e seu prato preferido é cobra assada.
- Cobra assada? É hora de me esconder! – E lá se foi ela sem mais dizer.
- Cobra boba! Será que não sabe que Grúfalo não existe?
- Opa! – Disse o ratinho – Mas que criatura é essa com presas incríveis, garras terríveis e dentes horríveis? De pernas ossudas, patas peludas. E na ponta do nariz, uma verruga cabeluda? Com olhos são alaranjados, uma língua é preta, e espinhos pelas costas espetados.
- Oh! Socorro! Oh! Não, é um Grúfalo!!!
Minha comida preferida. – Disse o Grúfalo então – Vai ficar gostoso no meio do pão.
- Gostoso? – Exclamou o ratinho – Dos bichos da floresta, sou o mais perigoso. Siga-me e verá isso sim, que todos aqui têm medo de mim!
Caminharam algum tempo até que o Grúfalo falou:
- Ouço um barulho aí na frente, você escutou?
- É a cobra – disse o ratinho – Oi cobra – falou de mansinho.
A cobra olhou para o Grúfalo e tremeu.
- Nossa! Adeus ratinho. – Foi embora depressa e se escondeu.
- Viu só? Disse o ratinho todo orgulhoso.
E o Grúfalo respondeu abismado:
- É espantoso!
Caminharam mais um pouco até que o Grúfalo falou:
- Ouço um piar nas árvores você escutou?
- É a coruja – disse o ratinho – Oi coruja – falou de mansinho.
A coruja olhou para o Grúfalo espantada.
- Adeus ratinho. – E voou para sua casa em disparada.
- Viu só? – Disse o ratinho contente. E o Grúfalo falou espantado:
- Surpreendente!
Seguiram adiante até que o Grúfalo falou:
- Ouço passos à frente, você escutou?
- É a raposa – disse o ratinho – Oi raposa – falou de mansinho.
Ao ver o Grúfalo a raposa empacou.
- Socorro! – Gritou – E, fugindo com medo, em sua toca entrou.
- Viu só Grúfalo? Como todos fogem de mim assustados? Mas agora a minha barriga está começando a roncar, e meu prato predileto é Grúfalo ensopado!
- O quê? Grúfalo ensopado?
- Tudo se acalmou na floresta frondosa.

 E o ratinho achou uma noz que estava muito gostosa.

A Promessa do Girino






Quero contar uma Historia
Que é muito emocionante
Um girino bem pretinho
E uma lagarta Falante
Eles se apaixonaram
Vejam só que interessante

Na ponta de um salgueiro
A lagarta se debruçou 
Na água viu um girino
E logo se encantou 
Olharam-se bem nos olhos
E a paixão começou

Ela era o arco-iris
Ele assim a apelidou
És minha pérola negra
Ela assim já lhe chamou
E foi nesses devaneios
Que o amor se instalou

A Lagarta apaixonada 
Falou ao seu grande amor:
- Nunca mudes, viu querido
Eu te peço, por favor
- Eu prometo, disse ele
Mas com o coração de dor

Novamente se encontraram
Muito havia já mudado
Dois bracinhos no girino
Por ela já foi notado
- Eu não queria esses braços
disse ele magoado.

Por três vezes a lagarta
Perdoou o seu amado
Mas sua pérola negra
Já tinha muito mudado
A lagarta então foi embora
Com o coração despedaçado

O girino, já um sapo
Esperou a sua amada
Que chorou por muitos dias
E depois foi despertada
Já não era mais lagarta
Mas Borboleta encantada

Bateu suas lindas asas
Atrás do amado partiu
Encontrou um grande sapo
Olhou para ele e sorriu
Perguntou toda faceira
Uma perola você viu?


Mas a pobre coitadinha
Nem terminou de falar
Já foi logo engolida
Pelo sapo sem pensar
Que aquela borboleta
Era Arco-Iris a voar


E até hoje o pobre sapo
Tá na lagoa a esperar
Que o sei lindo Arco-Iris
Volte a lhe procurar
Mal sabe o pobrezinho
Que ele foi o seu jantar


Digo então oh minha gente
Preste muita atenção
Não devemos só agir
Pelos olhos da visão
Pois o bom a gente vê
Com os olhos do coração.