O que é a velhice?


     
     Uma avó conta que seu neto pequeno, com curiosidade de quem ouviu uma nova palavra, mas ainda não entendeu seu significado, perguntou-lhe:
     - Vó, o que é velhice?
     Na fração de segundo antes da resposta, ela fez uma verdadeira viagem ao passado. Lembrou-se dos momentos de luta, das dificuldades, das decepções. Sentiu o peso da idade e da responsabilidade nos ombros. Tornou a olhar para o menino que, sorrindo, aguardava uma resposta.
      - Olhe para meu rosto, meu netinho – disse ela – Isso é velhice.
      E imaginou o garoto vendo as rugas e a tristeza nos olhos dela. Qual não foi sua surpresa quando, depois de alguns instantes, o menino falou:
      - Vó, como a velhice é bonita!

A Bela Adormecida

Era uma vez... um rei e uma rainha que desejavam muito ter um bebê. Um dia nasceu uma menina, a princesa tão desejada.

Quando ela completou um ano, o rei ofereceu uma festa convidando o dono das terras vizinhas, com seu pequeno filho.

Durante a festa, chegaram três fadas para presentear a princesa. A primeira lhe desejou beleza; a segunda lhe desejou formosura. Mas antes que a terceira pudesse dizer seu desejo, apareceu uma feiticeira e rogou uma praga:

- Quando completares 15 anos, menina, hás de espetar teu dedo num fuso e hás de morrer.

E, dizendo isso, desapareceu.

Diante do espanto de todos, a terceira fada falou:

- Não, a princesa não vai morrer. Cairá em sono profundo, porque esse é o meu desejo, e despertará, depois, com um beijo de amor.

O rei ficou muito assustado e ordenou que queimassem todas as rocas do reino pra livrar a princesa da maldição da bruxa.

Tempos depois... a jovem, que já tinha completado 15 anos, possuía todas as virtudes concedidas pelas fadas e era amada por todos. Um dia passeando pelo castelo chegou até a torre mais alta. Quando abriu a porta, deparou-se com uma velha fiando linho. Era a feiticeira, disfarçada.

A princesa ficou muito interessada, pois nunca tinha visto uma máquina como aquela e quis fiar também. Ao tentar, furou o dedo e logo adormeceu. O mesmo aconteceu com todos os habitantes do castelo.

As fadas logo, logo, ficaram sabendo do que tinha acontecido e correram para o castelo e levaram a princesa para seus aposentos. O príncipe foi logo, logo, avisado do que acontecera.

E a bruxa, sabendo que o príncipe tentaria salvar a jovem, quis esconder o castelo e fez crescer ao redor dele uma floresta, assim, de repente, num passe de mágica.

O príncipe partiu imediatamente pra salvar a princesa. Mas, ao chegar, deparou-se com a floresta fechando todos os caminhos. Desorientado, ele não sabia mais o que fazer, lembrou-se então das fadas e pediu-lhes ajuda. Estas fizeram então aparecer em suas mãos um machado.

E foi com ele que o príncipe abriu caminho e pôde entrar no castelo. Chegou à torre aproximou-se da princesa e a beijou. Ela despertou, linda, linda!.

Iniciava-se assim uma nova era de felicidade pra todos.





Maricota, A Vaca Vaidosa


Dona Vaca Maricota anda muito da aflita.
 Botou um laço de fita, uma blusa de cocota.
Olha a Vaca Maricota como ficou esquisita: faz de tudo, se enfeita, pra ficar muito bonita!
Botou saia de cetim bordada de margarida, pintou a boca enorme com tinta cor de carmim.
- Sou a vaca Maricota, quero que olhem pra mim!
Calçou seu sapato de verniz, a meia era muito fina, com malha esburacada.
Maricota foi pra feira, toda assim, tão perfumada, com perfume encharcada de flores de violetas, atrás da vaca voavam mais de doze borboletas! Aí, a vaca chegou na feira, numa barraca, comprou um colar "de ouro", imitação bem barata . . . e ficou ali na feira esperando um gordo touro, seu amor, seu namorado, seu xodó, lindo tesouro!
              
O touro veio se chegando e olhou pra Maricota, levou susto, deu chifrada, avançou na namorada.

Voou laço, voou fita, sapato, cordão de ouro . . .aí . . .sobrou Maricota, e o touro a reconheceu:
- Maricota, minha vida!



Conversa entre dois Bebes!


- E aí, véio?
- Beleza, cara?
- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
- Quer conversar sobre isso? – É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?
- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar. Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?
- Nunca.
- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
- Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?
- Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que meu pai tem um caso com a vizinha?
- Como assim, véio?
- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!
- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
- Tipo o quê?
- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato. Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
- Caramba! Mas por que ela fez isso?
- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara..
- E sabe a Francisca ali da esquina?
- A Dona Chica? Sei sim.
- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.
- Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de “Anjo”. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.
- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.
- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco nessa rua.
- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

A Arvore dos Problemas


Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.

O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu da seu carro furou e ele deixou de ganhar uma hora de trabalho. A sua serra elétrica quebrou, ele cortou o dedo, e finalmente, no final do dia, o seu carro não funcionou.

O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa e, durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.
Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família. Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos. Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.

Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou por que ele havia tocado na planta antes de entrar em casa.

"Ah", respondeu o carpinteiro, "esta é a minha planta dos problemas.

"Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte."
"E você quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior..."


Amor de Mãe

Uma senhora que vivia tentando por muitos anos ter um filho, viu seu sonho realizado. Recebeu dos braços da enfermeira um lindo bebê. Porém, qual não foi a sua surpresa quando notou que a criança havia nascido sem orelhas.Preocupada, perguntou ao médico se o menino tinha perfeita audição.Um exame foi realizado e ficou constatado que o aparelho auditivo era normal.A mãe, conformada, levou o filho para casa. Seu amor não diminuiu pela criança, mas à medida que esta crescia observava o tratamento que outras crianças lhe davam. Com freqüência seu filho voltava para casa chorando! Isso era como uma punhalada a ferir e magoar o coração daquela mãe. Consultou o médico, novamente perguntando se algo poderia ser feito pelo filho. O doutor revelou que se encontrassem alguém que doasse um par de orelhas, poderiam tentar um implante quando o rapaz chegasse aos 21 anos.Os anos se passaram e um dia os pais revelaram a alvissareira notícia de que tinham encontrado alguém para doar as orelhas.A operação foi realizada com grande êxito. Qual não era a satisfação e a alegria daquela mãe ao contemplar o jovem, olhando-se no espelho e dizendo:
- Veja, mãe, sou agora como todos os outros rapazes. Voltava-se então, para sua mãe e lhe perguntava:- Mamãe, quem foi que me doou este par de orelhas?
- Ah! Meu filho, agora não podemos revelar-lhe mas um dia irá saber. Passaram-se os anos e o jovem casou-se e teve filhos, todos normais. Certa feita, ocorreu uma das grandes tristezas deste mundo: havia perdido sua mãe. Na sala funerária, pai e filho, olham pela última vez o corpo inerte, gélido, daquela senhora tão bondosa. Depois que todos saíram, o pai diz ao filho:
- Meu filho, venha comigo despedir-nos de sua mãe. Ambos se aproximaram do esquife e ali pela última vez o filho contemplou sua querida mãe. De repente, para surpresa daquele filho, o pai puxa de lado os longos cabelos negros de sua esposa e o filho observa, pela primeira vez que sua mãe não tinha mais orelhas.

A Estrela Verde



Havia milhares de estrelas no céu.

Estrelas de todas as cores: Brancas, Prateadas, Verdes, Douradas, Vermelhas e Azuis.

Um dia, elas procuraram Deus e lhe disseram: Senhor, gostaríamos de viver na Terra, entre os homens.

Assim será feito, respondeu Deus. Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas e podem descer para a Terra.

Conta-se que naquela noite houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes nos campos, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada.

Porém, passando o tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar ao céu, deixando a Terra escura e triste.

Porquê voltaram? Perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao céu.

Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra! Lá existe muita miséria e violência, muita maldade, muita injustiça... e Deus lhes disse: Claro! O lugar de vocês é aqui no céu! A Terra é o lugar de passagem, daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, onde nada é perfeito! O céu é o lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece e sobretudo onde reside a Gloria do Altíssimo!

Depois que chegaram todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo: Mas está faltando uma estrela! Perdeu-se no caminho?

Um anjo que estava perto retrucou: Não Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens! Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe a imperfeição, onde as coisas não vão bem, onde há luta e dor!

Mas que estrela é essa? Voltou a perguntar Deus...

É a esperança  Senhor! A “estrela verde” ! A única dessa cor!

E quando olharam para a Terra, a estrela não estava só...

A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa.

É que o único sentimento que o homem tem e Deus não tem é a “Esperança”.


A Lenda do Girassol


Dizem que existia no céu uma estrelinha tão apaixonada pelo sol que era a primeira a aparecer de tardinha, no céu, antes que o sol se escondesse. E toda vez que o sol se punha ela chorava lágrimas de chuva.
A lua falava com a estrelinha que assim não podia ser, que estrela nasceu para brilhar de noite, para acompanhar a lua pelo céu, e que não tinha sentido este amor tão desmedido! Mas a estrelinha amava cada raio do sol como se fosse a única luz da sua vida, esquecia até a sua própria luzinha.
Um dia ela foi falar com o rei dos ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o sol, sentindo o seu calor, eternamente, por todos os séculos. O rei do vento, cheio de brisas, disse à estrelinha que o seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
A estrelinha não pensou duas vezes: virou estrela cadente e caiu na terra, em forma de uma semente. O rei dos ventos plantou esta sementinha com todo o carinho, numa terra bem macia. E regou com as mais lindas chuvas da sua vida.
A sementinha virou planta. Cresceu sempre procurando ficar perto do sol. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarinho, seguindo o giro do sol no céu. E, assim, ficaram pintadas de dourado, da cor do sol.
É por isso que os girassóis até hoje explodem o seu amor em lindas pétalas amarelas, inventando verdadeiras estrelas de flores aqui na Terra.

Boneca de Crochê

    Um homem e uma mulher estavam casados por mais de 60 anos.
Eles tinham compartilhado tudo um com o outro e conversado sobre tudo.
Não havia segredos entre eles, com exceção de uma caixa de sapato que a mulher guardava em cima de um armário e tinha avisado ao marido que nunca abrisse aquela caixa e nem perguntasse o que havia nela.
Por todos aqueles anos ele nunca nem pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapato.
Um dia a velhinha ficou muito doente e o médico falou que ela não sobreviveria.  
Sendo assim, o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou pra perto da cama da mulher.
Ela concordou que era a hora dele saber o que havia naquela caixa.
Quando ele abriu a tal caixa, viu 2 bonecas de crochê e um pacote de dinheiro que totalizava 95 mil dólares.
Ele perguntou a ela o que aquilo significava, ela explicou;
- Quando nós nos casamos minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz é nunca argumentar/brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você que eu ficasse quieta e fizesse uma boneca de crochê.
O velhinho ficou tão emocionado que teve que conter as lágrimas enquanto pensava 'Somente 2 bonecas preciosas estavam na caixa. Ela ficou com raiva de mim somente 2 vezes por todos esses anos de vida e amor.'
- Querida!!! - Você me explicou sobre as bonecas, mas e esse dinheiro todo de onde veio?
- Ah!!! - Esse é o dinheiro que eu fiz com a venda das bonecas. 

PRECE: Senhor, dai-me sabedoria para entender meu marido, amor para perdoá-lo e paciência para aturá-lo, porque se eu pedir força, eu bato nele até matar!!!!


Dumbo


 "Era uma vez, num país muito distante, um grandioso circo onde havia muita diversão e alegria. Numa noite, todos os animais olhavam para o céu, impacientes, pois sabiam que era nessa noite que chegavam os seus bebés. Todos os animais recebiam os seus filhotes e a senhora Jumbo olhava para o céu, mas nada aparecia no horizonte. Porém, quando já estava a preparar-se para dormir, chegou uma cegonha muito bonita e muito cansada que trazia o seu elefantezinho bebé.

A senhora Jumbo ficou louca de felicidade e decidiu chamar-lhe de Dumbo. Enquanto todas as senhoras elefantes davam as boas vindas ao pequenote, o pequeno Dumbo soltou um espirro tão forte, tão forte que nesse momento as suas orelhas abriram. Eram enormes!!! As senhoras elefantes começaram a troçar com o pobre Dumbo. A mãe Jumbo muito irritada com a atitude das suas amigas, mandou-as sair da jaula e disse ao seu filhote que ele era o bebé elefante mais bonito do mundo.

No dia seguinte, o circo teve que se deslocar para outra cidade. O pequeno Dumbo, com toda a força que tinha, ajudou a erguer a tenda e a preparar o circo. Iria ocorrer, na manhã seguinte, o desfile de abertura e o director ordenou que todos vestissem roupa de gala já que o dia era de festa!

Durante todo o desfile, Dumbo ia com a sua tromba agarrada ao rabo da mãe. Mas, infelizmente, pisou uma das suas orelhas gigantes e mergulhou num charco de lama. Os meninos que estavam a ver o espectáculo, soltaram grandes gargalhadas e fizeram troça do pequeno elefante. Um deles agarrou Dumbo pelas orelhas e começou a puxá-las. A mãe Jumbo ficou furiosa e com a sua tromba empurrou o menino e bateu-lhe. Todas as pessoas ficaram apavoradas porque pensavam que a mãe Jumbo estava descontrolada. Os homens responsáveis pelo circo prenderam-na e levaram-na para uma jaula. De toda aquela situação, o que custava mais à mãe Jumbo era estar afastada do seu filhote.

As senhoras elefantes agiram como se Dumbo não existisse. Ele sentia-se sozinho e desamparado. Porém, apareceu o ratinho Timóteo, que deu um raspanete às senhoras elefantes más e prometeu a Dumbo ajudá-lo em tudo o que fosse preciso. E, como tal, arranjou um espectáculo fantástico em trampolim para Dumbo.

No dia do novo espectáculo, o circo estava cheio de gente. Todas as pessoas esperavam ansiosas para ver os elefantes e pequena Dumbo. Porém, no momento em que Dumbo preparava-se para saltar no trampolim, as suas grandes orelhas envolveram-se nas patas e ele rolou pelo chão.

O director ficou furioso e ordenou que Dumbo passasse à categoria de palhaço. Os palhaços criaram um espectáculo especial, em que Dumbo tinha que saltar do cimo de um edifício que estava em chamas e mergulhar numa prancha de salvamento cheia de água. Era uma autêntica humilhação para o elefantezinho, mas o público delirava com este número.

Dumbo estava cada vez mais triste. Para o reconfortar, Timóteo, o ratinho amigo do pequeno elefante, arranjou maneira de ajudá-lo a ir à jaula da mãe Jumbo para que o seu filhote ficasse mais contente e ele e a sua mãe pudessem matar todas as saudades. No regresso, como estava um dia de muito calor, decidiram dormir uma sesta ao ar livre.

No dia seguinte, bem de manhãzinha, Timóteo acordou com uns corvos a troçar com eles. Timóteo não achou piada nenhuma à brincadeira, mas quando viu que estava em cima de uma árvore juntamente com Dumbo, gritou desesperado – “DUUMMBOO!!” – este acordou muito sobressaltado e caiu da árvore desamparado. O ratinho perguntou aos corvos o que se tinha passado e eles disseram que Dumbo tinha voado com as suas orelhas gigantes para cima da árvore. Timóteo teve naquele momento a certeza de que era a grande oportunidade de Dumbo e decidiu, juntamente com os corvos, dar-lhe uma pluma mágica dizendo que essa pluma tinha o poder de voar e que com ela poderia voar no número com os palhaços durante o espectáculo.

Na hora do espectáculo, Dumbo foi para o cimo do edifício, tal como fazia nas outras vezes. Timóteo deu-lhe a pena voadora e disse-lhe para não ter medo. Dumbo saltou, mas como estava muito nervoso, deixou escapar a pluma. Neste momento, Timóteo grita-lhe bem alto – “DUMBO, não tenhas medo! Não precisas da pluma para voar, voa com as tuas orelhas!”. Nesse mesmo instante, as grandes orelhas do pequeno elefante elevaram-se para o ar! Ficaram todos tão maravilhados que aplaudiram de pé o pequeno Dumbo. A partir de agora, Dumbo iria ser a grande atração do circo!

No final do espetáculo, Timóteo e Dumbo exigiram que o director soltasse a mãe Jumbo e para que esta continuasse no circo. Assim foi, e a mãe ficou muito orgulhosa do seu filho porque com as suas orelhas gigantes, Dumbo tornou-se famoso, passando a ser a estrela com maior sucesso e mais importante de todos os circos."

A Importância Cuidado


"Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma ideia inspirada. Tomou um pouco de barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, aparece Júpiter.
Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado.
Quando, porém, Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome.
Enquanto Júpiter e Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da Terra. Originou-se então uma discussão generalizada.
De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa:
- Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura.
Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando esta criatura morrer.
Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob seus cuidados enquanto ela viver.
E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil"